Mastite, de forma genérica, é o termo designado à presença de processo inflamatório e/ou infeccioso na(as) glândula(as) mamária(as). O que traz preocupação frequente às mulheres é o fato de alguns cânceres de mama “abrirem” seu quadro clínico assemelhando- se a uma simples inflamação mamária.
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Há vários mecanismos biológicos relacionados ao surgimento das mastites: entre eles destacam- se: infecções bacterianas ou por mico- bactérias, doenças auto-imunes, reação a corpo estranho, parasitoses, viroses, infecções fúngicas e câncer. Como toda inflamação, os principais sinais e sintomas clínicos são: hiperemia (“vermelhidão”), edema (“inchaço”) e dor local, podendo ainda manifestar-se com febre, taquicardia e outros sinais sistêmicos.
De longe, a principal ocorrência de mastites relaciona-se ao período da amamentação (com picos de incidência na segunda e quinta semanas após o parto) por isso a mastite lactacional merece destaque. O principal agente etiológico é uma bactéria, gram positiva, denominada Staphilococcus aureus, originária da orofaringe (“garganta”) do recém nascido e que invade a mama através de pequenas fissuras no mamilo e aréola.
São considerados fatores de risco: a idade jovem (menor que 25 anos), a primiparidade (primeiro filho) e o esvaziamento inadequado (estase láctea) das mamas. Além dos indiscutíveis benefícios do aleitamento materno (que deve ser exclusivo nos primeiros seis meses), o esvaziamento das mamas previne o surgimento da estase láctea, ingurgitamento mamário, mastites, abscessos e fístulas.
É frequente a ideia equivocada que “mulheres com mastites ou abscessos devam suspender a amamentação”. Ao contrário do que se pensa, mesmo na presença de mastites ou abscessos mamários o aleitamento materno deve ser estimulado, melhorando com isso a resposta terapêutica instituída pelo médico assistente e prevenindo novos episódios da doença. Nos casos em que a amamentação não seja exequível, recomenda- se o esvaziamento regular das mamas com “bombas mecânicas”.
A avaliação com o profissional médico é fundamental para distinção entre os casos de mastites, abscessos, fístulas mamárias ou meramente estase láctea e para a instituição de conduta específica que poderá incluir desde a simples observação clínica e medidas de profilaxia até antibioticoterapia e punção ou drenagem cirúrgica.
Durante a avaliação diagnóstica, além da minuciosa história clínica e um apurado exame físico o investigador poderá realizar exames de imagem que localizam abscessos profundos bem como lesões suspeitas de câncer e assim dirigir punções, drenagens e biópsias. Esta propedêutica, além de fornecer a possibilidade de tratamento específico para a moléstia lactacional em destaque, poderá tranquilizar a paciente quanto à inexistência de achados suspeitos para câncer.